Abreviação de India Pale Ale, a cerveja IPA é uma das mais famosas no universo da bebida. Conhecida pelo seu amargor presente, esse estilo tem se destacado bastante tanto dentro quanto fora do Brasil, conquistando o paladar dos cervejeiros.
A IPA surgiu no século XVIII, durante a colonização inglesa na Índia. Nessa época, houve a criação de uma cerveja mais encorpada, com mais lúpulo na composição. A finalidade era contribuir para uma maior conservação da bebida, considerando as longas viagens da metrópole à colônia que duravam meses. O resultado? Positivo, a experiência obteve o sucesso desejado e caiu nas graças dos ingleses.
Posteriormente, a receita criada na Índia acabou sendo esquecida com o avanço da tecnologia daquela época, que permitiu que a cerveja fosse refrigerada e o uso do lúpulo fosse desnecessário. No entanto, cerca de 200 anos depois, nos EUA, a receita da IPA ganhou vida nova, conquistando novos apreciadores ingleses.
O lúpulo como aliado da cerveja IPA
O amargor da IPA se dá em razão da carga extra de lúpulos, tornando-se uma tendência em diversos sub estilos da tradicional English India Pale Ale, tais como Belgian IPA, Imperial IPA, Black IPA e muitos outros. Levando em conta que as cervejas dos estilos mais vendidos — como a American Lager — são chamadas de cervejas mainstream, é possível definir a IPA como uma cerveja artesanal, sendo inclusive apreciada na maior parte das vezes por um público mais específico.
Entre suas características, a IPA se destaca por conta do aroma e do sabor. Como citado, o lúpulo é um dos principais ingredientes utilizados em sua produção. Responsável por equilibrar o dulçor natural do malte, ele também atua no combate à ação de radicais livres, tornando-se um antioxidante natural — desse modo, proporciona uma maior proteção à cerveja IPA nos aspectos de conservação.
Por fim, o lúpulo também contribui para a formação da espuma para a cerveja, afinal, alguns de seus componentes apresentam propriedades específicas para garantir a qualidade e o volume da estrutura da espuma. Indiretamente, a espuma acaba sendo outro fator de conservação da bebida, pois permite que a temperatura, o aroma e o sabor sejam mantidos por mais tempo na cerveja.
O processo de produção da cerveja IPA
A IPA é produzida por meio da levedura, fermentando a bebida em temperaturas elevadas (geralmente entre 17 e 18 graus). A finalidade é elevar a produção de ésteres que proporcionam um aroma frutado à cerveja — junto a outros ingredientes.
Em geral, a primeira etapa da produção da IPA é a obtenção do mosto, formado a partir da mistura de malte moído com água quente. Na sequência, o mosto é levado a uma caldeira de fervura que recebe o lúpulo, que por sua vez, pode ser acrescentado novamente em outras etapas. Por fim, adiciona-se o fermento ao mosto, levando a cerveja para o procedimento de alta fermentação e, dessa forma, ocorre a carbonatação para a formação da espuma.
O consumo da IPA
Há quem curta beber cerveja em temperaturas baixíssimas, no entanto, é recomendável que sejam escolhidas temperaturas entre 6° e 10° para o consumo de cervejas de estilos que possuam teor alcoólico mais alto, como a IPA — permitindo que elas sejam plenamente degustadas.
Além disso, é também recomendável que o consumo de cervejas mais encorpadas e aromáticas, como a IPA, seja feito com a utilização de copos largos. Isso porque as bordas mais largas permitem que haja uma maior volatização dos aromas. Entre os copos indicados para apreciar a IPA, estão: Tulipa, English Pint, Imperial Pint, Shaker e Caldereta.