A temperatura gelada sempre foi vista como ideal para beber cerveja, afinal, o próprio clima quente do Brasil é um fator que contribui diretamente para o consumo da bebida em temperaturas baixíssimas. No entanto, para degustar aromas e sabores de modo mais profundo, especialmente de cervejas artesanais, a temperatura da bebida deve ser revisada previamente, anulando a regra de “quanto mais gelada estiver, melhor”.

No mercado, existem hoje centenas de tipos de cerveja, sendo catalogadas por diversos institutos, o que torna difícil de determinar uma quantidade precisa de marcas. Por outro lado, é possível definir os estilos e tipos mais conhecidos e, dessa forma, distinguir quais devem ser consumidos em temperaturas mais baixas e quais devem ser levemente resfriados. Confira a seguir quais as temperaturas recomendadas para os diferentes tipos e estilos de cerveja.

As faixas de temperatura recomendadas

As cervejas artesanais costumam dar um amplo destaque a aspectos de sabor e aroma, realçando a doçura e a acidez, além do corpo da bebida. Para isso acontecer, é necessário que a temperatura não esteja tão baixa. Mas, caso ela esteja mais baixa, outros aspectos serão destacados, como refrescância, amargor, carbonatação e secura. E isso quem vai definir é o estilo da cerveja comprada, se ela é encorpada, forte, amarga, etc.

Imagem: tookapic – Pixabay

Para entender melhor a diferenciação dos mais diversos estilos de cerveja, veja abaixo os três níveis de temperatura utilizados para cada tipo da bebida:

  • Muito geladas: entre 0° e 4°C

Nesta faixa de temperatura, as cervejas mais recomendadas para consumo são as Pale Lagers e Pilsen, cervejas sem álcool e qualquer cerveja que possua o objetivo de refrescar – e não muito a de ser degustada. Aí é que entram as cervejas comuns do comércio, como as tradicionais Itaipava, Brahma, Skol, Sol e Antarctica.

  • Geladas: entre 4 e 6°C

Cervejas de trigo – como weizenbier e witbier – devem ser consumidas dentro desta faixa de temperatura, sendo as garrafas do nível intermediário de uma geladeira comum, ou seja, menos geladas do que as que ficam na prateleira de cima.

  • Menos geladas: entre 7 e 12°C

As encorpadas são as consumidas nesta faixa. Entre elas, destacam-se as IPAs, Triple, weizenbocks, entre outras. Podem ficar “esquecidas” na parte menos fria da geladeira (nas prateleiras inferiores) ou serem inseridas por pouco tempo nas prateleiras superiores, quando as garrafas ainda não estiverem refrigeradas.

  • Frias: entre 10 e 13°C

Aqui são as chamadas “temperaturas de adega”, onde bebidas como Belgian Dark Strong Ales, Imperial Stouts e Barley Wines podem ser levadas do armário direto ao copo, dispensando a geladeira.

Mas por que degustar?

Após descobrir quais as temperaturas ideais para cada estilo de cerveja, costumam surgir muitas dúvidas, como por exemplo a questão da degustação. Todos os seres humanos possuem papilas gustativas, que nada mais são do que receptores sensoriais que recebem estímulos que indicam se o que estamos consumindo é doce, amargo, salgado ou ácido. Quando a bebida está em baixíssima temperatura, essa sensibilidade é afetada, tornando mais difícil de distinguir os aspectos citados, embora altas temperaturas também possam afetar as papilas. Por isso é que as cervejas mais fracas e comuns são consumidas “congelando”, visto que o intuito principal é refrescar-se, como em dias quentes na praia.

Imagem: alfbel – Pixabay

Mas para não complicar tanto as coisas, é possível definir uma regrinha fácil para distinção das cervejas. Caso você não conheça tecnicamente os estilos de cerveja citados no artigo, pode separá-los por características simples: quanto mais leve e refrescante, mais gelada – e quanto mais encorpada, forte e complexa, menos gelada. Por fim, as que possuem menor teor alcoólico também devem ser mais geladas.

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