Mesmo com as restrições impostas pela pandemia, o mercado da beleza demonstra que tem potencial para se manter aquecido. Somente no ano passado, 1,2 milhão de empresas foram formalizadas no setor. Nos últimos anos, o surgimento de um novo conceito de barbearias tem atraído oportunidades de novos negócios no ramo, a partir de mudanças socioculturais em relação à beleza masculina.
De acordo com analista de competitividade do Sebrae, Andrezza Torres, nos últimos 10 anos, o segmento de serviços de embelezamento amadureceu muito, bem como a indústria de cosméticos. Segundo ela, as diferentes ondas que surgiram no mercado ao longo dos anos – seja com as esmalterias, barbearias, serviços de sobrancelhas e depilação a lazer, por exemplo – têm favorecido o aquecimento do setor.
A mudança de comportamento dos homens em relação à beleza também sofreu transformações, o que tem favorecido uma ascensão do mercado de embelezamento voltado para o público masculino. Um exemplo disso são as barbearias que, apesar de existirem há séculos, foram se tornando cada vez mais atrativas a partir de modificações profundas em seus modelos de negócios.
“No começo dos anos 2.000, surgiu a expressão metrossexual para denominar os homens vaidosos e o jogador David Beckham foi um símbolo desse movimento. Com o passar do tempo, vimos que a vaidade masculina foi se tornando algo mais natural. A própria barba voltou a ser considerada um estilo em alta para os homens que começaram a exigir cuidados diferenciados, inspirados em novos designs da barba e cabelo, por influência de muitos atletas e até mesmo cantores sertanejos”, lembrou a analista.
Segundo ela, as novas barbearias evoluíram em vários aspectos, a começar do espaço físico e da oferta de mais serviços que agregaram valor ao negócio. Inovações como jogos, venda de cervejas especiais, entre outros atrativos atraíram novos perfis de clientes. Com isso, os empresários conseguiram aumentar o ticket médio dos atendimentos ao público masculino, que comparado ao feminino é tradicionalmente menor. “Em geral, os homens procuram serviços de corte de cabelo, barba e unhas, que possuem custos menores. A grande sacada foi oferecer um mix de produtos, seja uma cerveja artesanal ou até mesmo itens para home care, para um cuidado em casa com óleos e hidratantes mais sofisticados. Tudo isso tem garantido uma performance financeira bem interessante para os pequenos negócios que atuam no segmento”, contou.
Perspectivas para 2021
De acordo com a analista do Sebrae, a expectativa é que o segmento de embelezamento só volte a alcançar o faturamento do período pré-pandemia a partir do 2º semestre do ano. “Não podemos esquecer que as orientações a respeito dos cuidados sanitários continuam valendo e com eles as medidas que restringem – por exemplo – o atendimento simultâneo de muitos clientes. Apesar disso, já podemos observar uma recuperação dos pequenos negócios quando comparamos o faturamento atual e o registrado nos momentos mais críticos da pandemia”, ressaltou. De acordo com as pesquisas realizadas pelo Sebrae, em parceria com a FGV, em um primeiro momento as perdas no faturamento no setor de embelezamento chegaram a 89%. Atualmente, o monitoramento aponta que já houve uma ligeira recuperação, com uma receita que, em média, encontra-se em torno de 50% – quando comparado ao período anterior à crise.
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Fonte: Assessoria de Imprensa Sebrae