A agricultura familiar está em constante transformação e, ao longo das últimas décadas, o desenvolvimento tecnológico, o êxodo rural e uma maior preocupação com o desenvolvimento das crianças foram fatores fundamentais para a modificação da realidade do trabalhador rural.
Segundo a Associação dos Fumicultores do Brasil, as mais de 149 mil famílias produtoras de tabaco do Sul do país são protagonistas e testemunhas desses processos. Hoje, 28 de outubro, Dia do Produtor de Tabaco, duas famílias produtoras integradas da Japan Tobacco International (JTI) contam suas histórias e experiências — como essas transformações impactaram em suas vidas e como estão se preparando para a sucessão nas propriedades. Geraldo Wisznieiwski, de Itaiopólis (SC), e Ingomar Holz, São Lourenço do Sul (RS), são agricultores de tabaco e trabalham com suas famílias. Ambos herdaram suas propriedades de seus pais e, por mais que não se conheçam, compartilham similaridades em suas histórias.
De geração em geração
A primeira delas é o período que começaram a trabalhar na lavoura. Com menos acesso à informação e falta de recursos, auxiliavam seus pais desde pequenos na lida no campo. “Comecei a ajudar na lavoura entre os 10 e 11 anos. Hoje, isso mudou, criança não pode trabalhar, só maiores de 18 anos”, comenta Wisnieiwski. Essa foi uma das diversas mudanças nas práticas dos produtores de tabaco nas últimas décadas, graças ao esforço do setor de tabaco, poder público e organizações da sociedade civil para erradicar o trabalho infantil. O programa Alcançando a Redução do Trabalho Infantil pelo Suporte à Educação (ARISE), mantido pela JTI (que já teve iniciativas elogiadas pela Organização Internacional do Trabalho) é uma das várias iniciativas que participaram desse processo.
As mudanças nas práticas das famílias também têm possibilitado que uma nova geração de agricultores possa estudar mais e estar mais preparada para gerenciar as propriedades. Por exemplo, Wisnieiwski estudou só até a 4ª série e Holz até a 5ªa. Hoje, o primeiro já conseguiu formar sua filha e filho mais novo no Ensino Médio. Já Roger, filho de Holz, está atualmente cursando a faculdade. “Concluí o Ensino Médio pelo ENCCEJA e, agora, estou cursando a faculdade de Processos Gerenciais. Acredito que esses conhecimentos vão me ajudar muito quando eu assumir a propriedade daqui alguns anos”, afirma o jovem de 23 anos.
Para o Diretor de Assuntos Corporativos e Comunicação da JTI, Flavio Goulart, romper o ciclo do trabalho infantil é uma das mudanças mais significativas para as famílias produtoras de tabaco e a sucessão rural. “Hoje, sabemos que o trabalho infantil afeta o desenvolvimento das crianças e adolescentes em várias esferas. Por esse motivo, proteger a infância também é proteger o futuro da agricultura familiar e da nossa sociedade. Nossa aposta é que essa mudança se dê pelo suporte à educação, conseguindo, dessa forma, formar agricultores cada vez mais qualificados”, afirma. Uma maior qualificação também é uma oportunidade para produtores aumentarem seus ganhos no médio e longo prazo. “O êxodo rural é um problema sério quando falamos de agricultura, as pessoas saem da área rural em busca de melhores oportunidades e ganhos. Porém, com formação técnica adequada essas pessoas conseguem potencializar seus rendimentos e terem maior qualidade de vida no campo”, ressalta Goulart.
Tanto Holz quanto Wisnieiwski perceberam que a qualificação e a aplicação das técnicas corretas eram o caminho para um maior sucesso no campo. Com muito esforço e trabalho, eles tornaram suas propriedades referência entre os agricultores da JTI. “Para se ter uma safra boa, os cuidados precisam começar desde as mudas, na primeira poda, no transplante… Depois, é preciso corrigir o solo, fazer tudo na hora certa e cuidar de todos os detalhes”, afirma Holz. Em 1996, ele cultivava 35 mil pés e hoje está com 120 mil. Já Wisnieiwski conseguiu avançar de um cultivo de 25 mil pés de tabaco para 100 mil.
Esses avanços nas técnicas de cultivo que possibilitaram a ampliação da área e quantidade de pés plantados também é fruto da parceria entre os agricultores e a JTI. Periodicamente, eles são visitados pelos Técnicos de Agronomia da empresa que fornecem instruções e acompanham o desenvolvimento das lavouras. “Esse é um trabalho contínuo que auxilia toda a nossa cadeia a ter as melhores práticas de cultivo e orientações constantes para um bom desenvolvimento da lavoura. Além disso, investimos em estudos para a melhoria dos processos e novas ferramentas que possam auxiliar os produtores a terem mais produtividade por meio do Centro Mundial de Desenvolvimento Agronômico, Extensão e Treinamento (ADET)”, ressalta Goulart.
Para além do trabalho árduo, outra mudança que permitiu o avanço dos seus cultivos foi a tecnologia. Wisnieiwski recorda que quando começou a trabalhar na lavoura tudo tinha que ser feito manualmente. “Antigamente tinha que fazer tudo no braço ou com o auxílio de algum animal. Hoje, já temos trator e outras tecnologias que têm nos auxiliado a ter mais eficiência”, afirma. Para Holz, uma das aquisições mais importantes para a propriedade foi uma estufa elétrica para cura de tabaco que facilitou a rotina. Essas mudanças possibilitam que as famílias produtoras de tabaco necessitem de menos mão de obra externa para auxiliar na lavoura, uma questão importante frente a um cenário de êxodo rural que os dois testemunharam. Wisnieiwski, por exemplo, viu todos seus nove irmãos migrarem para a cidade.
Holz, que também viu vários amigos e conhecidos irem para o meio urbano, garante que optar por ficar no campo valeu a pena. “Quando eu e minha esposa casamos, começamos do zero. Tudo que a gente tinha era uma moto velha. A estufa de cura que a gente tinha estava com goteira e, muitas vezes, quando chovia, precisávamos ir lá tirar o tabaco da estufa de madrugada. Hoje, já conseguimos ajeitar tudo, temos dois tratores, três estufas elétricas e estamos bem. A gente cresceu muito”, afirma, ressaltando que para isso é preciso investir muito na qualidade daquilo que é produzido.
Outro fator comum na história dessas duas famílias agricultoras é que a sucessão das propriedades já está encaminhada. Wisnieiwski divide a produção com dois filhos. Juntos eles vão plantar 6,5 hectares de tabaco na safra 2020/2021 para a JTI. Na propriedade de Holz seu filho ainda está aprendendo as práticas de cultivo para, no futuro, poder tocar a propriedade. “Ainda tenho muito a aprender, mas a minha tendência é continuar no cultivo de tabaco depois que o pai se aposentar”, afirma Roger.
Para Goulart, a história desses produtores demonstra a potência da agricultura familiar. “Essas famílias estão com a terceira geração como produtores de tabaco, o que comprova que com trabalho, dedicação, tecnologia e formação é possível se desenvolver e viver de forma digna no campo. Nosso compromisso é auxiliá-las a alcançarem o máximo de seu potencial produtivo e, com isso, garantirem a sustentabilidade da sua propriedade e da própria agricultura familiar”, afirma. Ele também diz que a valorização dos produtores é um dos focos da organização. “No Dia do Produtor de Tabaco precisamos reforçar o nosso comprometimento com a valorização dos agricultores por meio de parcerias de longo prazo, o desenvolvimento constante e uma remuneração justa pelo seu trabalho. Se o produtor de tabaco prospera, a JTI prospera”, ressalta.
Sobre a JTI
Líder em tabaco e vaping, a Japan Tobacco International (JTI) é uma empresa internacional, com operações em mais de 130 países. É proprietária global de Winston, segunda marca mais vendida do mundo, e de Camel fora dos EUA. Outras marcas globais incluem Mevius e LD. Também um dos principais players no mercado internacional de vaping e tabaco aquecido com as marcas Logic e Ploom. Com sede em Genebra, na Suíça, emprega mais de 45 mil pessoas e foi premiada com o Global Top Employer por cinco anos consecutivos. A JTI é membro do Japan Tobacco Group of Companies.
No Brasil, são mais de mil colaboradores em 10 Estados além do Distrito Federal. A operação contempla a produção de tabaco – por meio de 11 mil produtores integrados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná – compra, processamento e exportação de tabaco, fabricação, venda e distribuição de cigarros em 16 Estados do Brasil. As marcas comercializadas são Djarum, Winston e Camel — essa última também exportada para a Bolívia. Em 2018, 2019 e 2020, a JTI foi reconhecida como Top Employer Brasil.
Fonte: Matheus Pandolfo | Engaje Comunicação