Em obra publicada pela Aller Editora, Érik Porge apresenta homenagem a Lacan com a conclusão da tríade que envolve a escrita do caso, da literatura e da psicanálise

Após ser arrebatado por uma das maiores vozes da literatura feminina francesa do século XX, Marguerite Duras, Lacan escreveu Homenagem a Marguerite Duras pelo Arrebatamento de Lol V. Stein. 

Agora, mais de 50 anos depois, Érik Porge, psicanalista formado pela Escola Freudiana de Paris, mergulha na análise daquele que o encantou por seu estilo e originalidade de ensino clínico e discorre sobre as tríades de relações e escritas.

Em O Arrebatamento de Lacan – Marguerite Duras ao pé da letra, lançado no Brasil pela especialista em publicações de psicanálise, a Aller Editora, Porge consegue encontrar ternários da topologia borromeana na análise da relação entre O arrebatamento de Lol V. Stein, Duras e Lacan.

Diante do contexto que envolve o enredo de Duras, Porge relata que o início da loucura presente na personagem está entrelaçado com o amor.

E que Lacan também se identifica com esse relacionamento entre personagens.

O caso de Lol inscreve-se numa sequência que está ligada à importância do interesse pelo amor e pela loucura feminina no engajamento de Lacan com a psicanálise — com a novidade de que, no que concerne a Lol, Lacan já é psicanalista. –

O Arrebatamento de Lacan

Entre referências, a obra mostra que Lacan utiliza o jokempô, no sentido psicanalítico em que se observa a dominância, e substitui os três termos (que seriam pedra, papel e tesoura) por: saber, verdade e sexo.

Por exemplo, poderíamos dizer que o sexo corresponde à tesoura (a castração); o sujeito, ao papel (a superfície do significante em rede que o determina); e a pedra, a um saber do objeto a, que cai. – O Arrebatamento de Lacan

Érik Porge, em O Arrebatamento de Lacan, demonstra como Lacan dedicou-se e desmembrar a personagem Lol e como sua Homenagem não foi somente um texto sobre o romance da autora, e sim um escrito original.

Porge entrega ao leitor a relevância que a tríade tem para a análise. Afinal, quem é arrebatado? De onde é possível olhar, ser olhado e perceber-se olhado? Quais as consequências disso para o sujeito? Quais as possibilidades do amor nas relações?

Ficha Técnica:
ISBN: 978-85-94347-14-5
Formato: Brochura – 14x21cm
Páginas: 176
Idioma: Português
Editora: Aller Editora
Edição: 1ª/2019
Gênero: psicanálise, crítica literária, topologia

Sobre o autor:

Érik Porge exerce a psicanálise em Paris. É membro da Associação de Psicanálise Encore e diretor da revista Essaim.

Foi membro da Escola Freudiana de Paris até sua dissolução e trabalhou como psiquiatra responsável por um centro médico-psicológico (CMP) para crianças e adolescentes.

Tem vários livros publicados e traduzidos para diversos idiomas, entre eles: Jacques Lacan, un psychanalyste, Les noms du père chez Jacques Lacan, Voix de l’echo, Lettres du symptôme, Des fondements de la clinique psychanalytique, Transmettre la clinique psychanalytique.

Sobre a editora: 

Formada pela psicanalista Fernanda Zacharewicz junto com o jornalista e publisher Omar Souza, a Aller Editora oferece em seu catálogo obras que se debruçam sobre os temas cruciais da teoria e da prática clínica, desde seus fundamentos até os debates sobre questões da atualidade e suas repercussões sobre o sujeito contemporâneo.

Inspirada no verbo francês “aller”, que significa ir, a casa editorial convida leitores, atuantes na área de psicanálise ou não, a percorrerem caminhos que cruzam fronteiras e embarcarem nessa aventura que é ler como movimento.

Fonte: Caroline Arnold | Enxame de Comunicação

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