O avanço na produção de lúpulo nacional ganha mais um capítulo a partir das próximas semanas. Em parceria com nove microcervejarias catarinenses, a Ambev e a Lohn Bier acabam de desenvolver um rótulo colaborativo, feito com lúpulo brasileiro e produzido e cultivado pelo Projeto Hildegarda, em Santa Catarina. A Brazilian Blonde Ale, como foi batizada, é uma cerveja puro malte, de estilo Blonde Ale e que chega para fomentar ainda mais a união do setor cervejeiro na Serra Catarinense.
A escolha de ingredientes, a definição de receita e a brassagem aconteceram no último mês, na Lohn Bier (microcervejaria parceira da ZX Ventures, o braço de inovação da Ambev), e foi realizada em conjunto com cervejeiros e especialistas de todas as cervejarias participantes. “Nós criamos uma Ale com uma base de malte, corpo variando de leve a médio, e com uma levedura neutra para que os lúpulos catarinenses imprimam suas características. O resultado foi uma cerveja com bastante equilíbrio de malte e lúpulo – este com nuance herbal e levemente cítrico, cortando o dulçor do malte, que remete a pão e amêndoa em terceiro plano“, detalha Richard Westphal Brighenti, sommelier e fundador da Lohn Bier.
A Brazilian Blonde Ale é uma parceria entre as cervejarias catarinenses Princesa Serra, Bier Letti, Frostbier, Eiswasser, Embaixada Bar, Cervejaria L’Jaica, Chopp do Zé, União Serrana e GuedBeer, além da Lohn Bier e a Cervejaria Ambev. “Estamos muito felizes em dar mais um passo tão importante e representativo para a cadeia cervejeira com a produção de um rótulo feito com lúpulo nacional, nascido de um projeto que busca agregar para todo o ecossistema, seja com o incentivo e fomento à cultura do lúpulo, seja com a possibilidade de geração de renda para a comunidade“, comenta Laura Aguiar, Head de Conhecimento e Cultura Cervejeira da Ambev.
Nos últimos dias, os rótulos dessa edição limitada e inédita da Brazilian Blonde Ale foram envasados e serão inteiramente direcionados a um evento beneficente, em dezembro. A população de Lages poderá trocar uma cerveja por alimentos e brinquedos que serão posteriormente doados para instituições carentes.
Lúpulo brasileiro já é uma realidade
Não é a primeira vez que um rótulo é produzido com o lúpulo colhido na Serra Catarinense. Em agosto, foi lançada a Green Belly, um Hop Lager em edição limitada feita em conjunto com a Lohn Bier.
O Projeto Hildegarda foi lançado pela Ambev, no início do ano, com a proposta de fomentar o cultivo de lúpulo no Brasil, dado que o ingrediente indispensável para a produção das cervejas é importado, na maior parte das vezes, de países como Estados Unidos e Alemanha. Desde março, a companhia implementou uma lavoura experimental para testes de manejo e variedades, um viveiro com capacidade produtiva de 60 mil mudas ao ano e uma planta para o processamento do ingrediente.
A iniciativa prevê contribuir não somente com o desenvolvimento de lúpulo na região, como também com o apoio direto a pequenos produtores, oferecendo auxílio técnico e toda a infraestrutura da Fazenda de Lúpulo Santa Catarina, dentro da Cervejaria Ambev de Lages, incluindo o acesso à planta de beneficiamento do ingrediente. “O ponto principal do projeto é que esses agricultores terão totalmente à disposição a tecnologia e estrutura para o processo de beneficiamento do lúpulo, transformando a planta em matéria-prima para ser comercializada. Além disso, 100% das mudas cultivadas serão doadas a pequenos produtores regionais“, reforça Laura.
Para Richard Brighenti, fundador da Lohn Bier, “com altitude e temperaturas atípicas de um país tropical, nossa região é como se fosse um oásis, afinal, a natureza é sempre muito generosa. Ter lúpulo no Brasil com qualidade é cada vez mais realidade e agora o beneficiamento começa a nos dar oportunidade de ter esse importante ingrediente da cerveja em todas as datas do ano com o projeto Hildegarda, não apenas flores“.
A expectativa é que, nos próximos meses, a planta piloto para processamento de lúpulo seja inaugurada e que 500 famílias sejam contempladas dentro do Projeto Hildegarda nos próximos cinco anos.
Fonte: Karin Barros | Koi Comunicação