É normal que as pessoas tenham uma preferência entre chope e cerveja, apesar de que ambos possuem, muitas vezes, a mesma receita. E como essas bebidas marcam presença em comemorações, happy hour, churrascos, entre outras inúmeras ocasiões, a dúvida sobre a diferença entre elas costuma ser levantada com frequência – afinal, o que diferencia o chope da cerveja?
Pasteurização e pressurização com gás carbônico
Se tem um termo que pode definir com precisão o que diferencia as duas bebidas, é a pasteurização. Tudo se inicia nas fábricas, claro, muito antes de os produtos chegarem ao consumidor final. E é lá que ambos recebem os tratamentos finais paralelamente.
Seguindo os mesmos ingredientes e métodos de produção (que variam entre cada mestre cervejeiro), o chope e a cerveja só se separam a partir do processo de pasteurização. Esse processo nada mais é do que uma forma de prolongar a validade das cervejas, por elas serem engarrafadas e para permitirem que o cliente as abra após muitos meses para beber, enquanto os chopes possuem alguns dias de vida útil – mesmo que mantidos armazenados e refrigerados corretamente.
No final do processo produtivo, as cervejas são aquecidas a uma temperatura média de 70° C por um período entre cinco e dez minutos – na sequência, o líquido é subitamente resfriado para eliminar os microrganismos que podem ser nocivos. Basicamente, são estes procedimentos que permitem que as cervejas sejam embaladas para serem comercializadas por aí, o que não ocorre com os chopes, que demandam outros cuidados de transporte e armazenamento.
A extração dos chopes devem ser realizada por meio de torneiras específicas, visto que eles são armazenados em barris e não são pasteurizados. Para isso, esses barris são pressurizados com gás carbônico, proporcionando uma fermentação prolongada e, consequentemente, mais espuma – como as cervejas são engarrafadas, não há a necessidade dessas doses extras de gás carbônico.
Colarinho e sabor do líquido
Outra diferenciação entre o chope e a cerveja está na espuma. Em razão do processo de extração mais específico, o chope forma um colarinho mais denso e cremoso que a cerveja, que por sua vez, gera uma espuma mais fina e que se desfaz mais rapidamente.
Do mesmo modo, o chope costuma ser mais leve que a cerveja – por conta de seu frescor – e seu sabor e seu corpo são um pouco modificados durante os processos de pasteurização e filtração. No entanto, é o paladar de cada apreciador quem definirá qual o mais gostoso, ou seja, a preferência de sabor entre chopes e cervejas torna-se bastante relativa.
Além disso, algumas recomendações valem tanto para os chopes quanto para as cervejas, como por exemplo:
- consumir com a espuma para que o sabor original e a temperatura sejam mantidas por mais tempo;
- uso de copos adequados para cada estilo;
- alimentar-se antes de beber para que o corpo possa metabolizar o álcool da melhor forma e permitir que você aprecie melhor a bebida em vez de embriagar-se após dois copos.
Confusão do termo
A palavra chope vem do alemão “schoppen”, que é derivada do termo francês “chopine”. Na prática, estes termos eram utilizados na Alemanha – no século XIX – como um padrão de medida de um copo entre 300 e 500 ml. Nos bares, os alemães pediam um copo de cerveja simplesmente dizendo “ein schoppen!”, e os brasileiros entendiam que se tratava de uma bebida especial, e não uma cerveja comum.
No Brasil, essa relação tornou-se comum e é conhecida até hoje, afinal, foi criado um mito de que toda bebida armazenada em barril e extraída de torneiras é chope, e não cerveja. Contudo, as diferenciações na produção e na logística confirmam que o chope é realmente especial, mas não necessariamente deixa de ser cerveja.